
Antes de tudo, gostaria de agradecer, do fundo do meu coração, a todos que estiveram comigo nesses últimos dias. Seja pessoalmente, por telefone, orkut, e-mail, MSN, ou apenas em pensamento. Eu também não gosto muito de ir a velórios, e sei como é difícil saber o que falar quando se vai a um lugar desses. Mas, podem ter certeza, que só de eu olhar para o lado e ver vários amigos presentes, já foi muito confortante!!!

Espero não cometer o erro de esquecer de citar algum nome. Então, se eu o fizer, por favor, considere-se citado!!! A todos que estiveram comigo, um abraço especial: ao casal Wilson e Aline, André Canobel, Neto Grous, Giovani, Paulinha, Carla, Giló, Alex, Cirè, Alan e Sheila, ao meus primos e tios que vieram de São Paulo (Clóvis, Heidi, tia Carmen, tia Lourdes e Marcelo), aos meus irmãos Ricardo e Ronaldo, e à família da Dani (Sabrina, Fátima, Luis), que estiveram comigo naquela noite/manhã interminável. E um abraço mais que especial ao Mateus, à Aline, e à minha namorada Danieli, que estiveram comigo do primeiro ao último minuto!!!! A todos vocês, meu muito obrigado. E saibam que podem contar comigo, no que eu puder ajudar, quando precisarem!!
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Bom, alguns o chamavam de "
Fernando". Outros, de "
Tavares". E foi dele que eu herdei o nome, e também a forma como me chamam. Meu pai não foi o melhor pai do mundo, mas foi o melhor pai que ele poderia ser!! A gente brigou muito, discutiu muito, quebrou o pau várias vezes. O duro é que, infelizmente, o motivo não era o filho-adolescente-revoltado-metaleiro que aqui vos fala... Era o mesmo motivo que lhe tirou a vida. O álcool tinha o poder de transformar ainda mais aquele velho cabeça dura e de gênio forte, que chorava fácil na frente da TV.

Mas sempre estivemos juntos. Ele sempre estava lá. Do jeito dele, acabava ensinando alguma coisa pra mim. Nunca nos deixou faltar nada, e mesmo parecendo ausente, estava por perto. Me ensinou a ser homem, me ensinou a trabalhar, a ser honesto. Aprendi com ele a não menosprezar qualquer serviço, a encarar a vida como se deve encarar. Aprendi a fazer buraco no chão, fazer massada de cimento, a trocar pneu de carro. Ele tentou me ensinar a pescar, mas pra isso eu não levava jeito. Aliás, como ele adorava pescar!!! Sentar na beira do rio, tomar a pinguinha dele, e esquecer da vida. Ali, sim, ele era feliz.

Um homem simples, um típico caipira. A única tecnologia com a qual ele sabia lidar era com o controle remoto da TV. Adora a TV Amazonas e o Canal do Boi. Apesar de às vezes ser irritante, eu achava aquilo engraçado. Adorava um churrasco, reunir os amigos e dar risada. Tinha orgulho de morar em Rafard, e não trocaria isso aqui por nada. E para que trocar??? Ele era feliz aqui, tinha amigos, tinha o rio pra pescar, tinha a vida dele aqui.

Defeitos, todos nós temos. E ele tinha os deles. Alguns desses defeitos talvez tenham nos afastado um pouco, não me dando a possibilidade de saber o que é uma família feliz. E alguns desses defeitos o levaram da nossa vida. Mas ele cumpriu o papel dele. Criou seus filhos, e se não deixou um testamento cheio de bens materiais, nos deixou a lição de sempre trabalhar, e conquistar de maneira honesta, com seu próprio esforço, o que se quer e precisa!!!

Cada um tem sua crença. E eu ainda não sei se ele agora é só um corpo se decompondo, ou se é uma alma buscando seu lugar. Na verdade, acho que só saberemos a verdade quando chegar a nossa hora. Mas eu prefiro acreditar que agora ele está num lugar melhor. Quem sabe na beira de um rio, sentando em um banquinho, e contando as diversas histórias que ele tem pra contar de sua vida. Feliz, onde ele sempre foi feliz.

Quando nasci, ele fez questão que eu tivesse seu nome. Exatamente como o dele. E tenho orgulho de seu nome. Vou honrar esse presente, fazer seu nome durar por mais alguns longos anos, ou até mais. Porque, apesar de tudo pai, eu sempre te entendi. E você sabia disso.
Hoje, alguns chamam a mim de "
Fernando". Outros de "
Tavares".
(This story ends where it began... Octavarium, Dream Theater... Octavares???!)Obrigado pai. Obrigado!!
[]'s
Fernando Tavares de Campos Filho